sexta-feira, março 31, 2006

Week-end

Should I stay... (imagem pilhada ao Jansenista)


...or should I go? (pilhado algures)

Dúvida protocolar

Neste admirável mundo novo da "blogosfera" não é hábito responder-se a "cartas electrónicas" (se vierem por bem, claro está)?
Fico a aguardar por esclarecimentos de "confrades" veteranos...

Chama Viva

Uma sentida — de Corpo e Alma — e lindíssima — na Letra e no Espírito — Homenagem a Jean Mabire: aqui.

Efeito da Lição anterior

Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926.

Lição do Passado

Por isso nós, os integralistas, partilhamos da opinião do marquês de la Tour du Pin. Não somos conservadores, — dada a passividade que a palavra ordinariamente traduz. Somos antes renovadores, com a energia e a agressividade de que as renovações se acompanham sempre. O nosso movimento é fundamentalmente um movimento de guerra. Destina-se a conquistar, — e nunca a captar. Não nos importa, pois, que nas exposições dos pontos de vista que preconizamos se encontrem aspectos que irritem a comodidade dos que em aspirações moram connnosco paredes-meias.
ANTÓNIO SARDINHA, Ao Princípio era o Verbo, Lisboa, 1924

Não será antes assim?

Estudar o Passado.
Criatividade no Presente.
Olhos postos no Futuro.

Também dizem...

que os Nacionalistas devem ser conservadores. Para conservar o quê? Esta merda?!

Ainda estou à espera...

que me venham explicar as vantagens do (im)possível casamento entre Nacionalismo e liberalismo... Dizem que não é a brincar... Dizem.

Queremos mais Livros

Não será chegada a hora da Editora Ulisseia (Grupo Verbo) voltar a publicar todos os desaparecidos Títulos das magníficas Colecções «Corpos de Elite» e «Tropas de Choque»? Aposto que vendiam...

Ainda e sempre: Jean Mabire — Presente!

Um belíssimo texto evocativo da Vida e Obra de Jean Mabire — aqui.

quinta-feira, março 30, 2006

Jean Mabire (1927 — 2006)

A CHAMA

Este fogo resume uma tradição viva. Não uma imagem vaga, mas uma realidade. Uma realidade tão tangível como a dureza desta pedra ou o sopro do vento. O símbolo do Solstício é que a vida não pode morrer. Os nossos antepassados acreditavam que o Sol não abandona os homens e que volta todos os anos ao encontro da Primavera.

Cremos, como eles, que a vida não morre e que, para lá da morte dos indivíduos, a vida colectiva continua.

Que importa o que será amanhã. É levantando-nos hoje, afirmando que queremos permanecer como somos, que o amanhã pode vir.

Levamos em nós a chama. A chama pura deste fogo de fé. Não um fogo de lembrança. Não um fogo de piedade filial. Um fogo de alegria e de intensidade que temos que acender sobre a nossa terra. Lá queremos viver e cumprir o nosso dever como homens, sem renegar nenhuma das particularidades do nosso sangue, da nossa história, da nossa fé, amalgamadas nas nossas recordações e nas nossas veias...

Tudo isto não é a ressurreição de um rito abolido. É a continuação de uma grande tradição. De uma tradição que mergulha as suas raízes no mais profundo das idades e que não quer desaparecer. Uma tradição em que, cada modificação, só deve reforçar o sentido simbólico. Uma tradição que a pouco e pouco revive.

JEAN MABIRE

Porque sim

Aquela máquina!...

Um caso exemplar de super-produção blogosférica : quantidade, com variedade e qualidade — não é para todos!

História da Europa

Já havia um Camisa Negra na blogosfera nacional. Agora, também há um Camisa Castanha. Assim, a História deixa de ser monopólio dos vencedores. Cheira-me que vai fazer saltar a tampa a muita gente.

História de Portugal

30 de Março de 1536. Instituída a Inquisição em Portugal, por bula do Papa Paulo III. Funcionou como Tribunal especial para crimes de heresia — práticas judaicas, maometanas e luteranas — e para alguns crimes sexuais — bigamia e sodomia. Cabia ainda à Santa Inquisição a censura dos livros — prévia, dando autorização para a sua publicação; ou, posterior, proibindo em Index a leitura de obras já editadas que eram contrárias às Verdades da Fé. Foi extinta em 5 de Abril de 1821.

Março — marçagão

Nestes dias de Soleja (sol e chuva) não se sabe nunca o que se há-de vestir. Uma maçada para as senhoras...

quarta-feira, março 29, 2006

Três facadas mortais no Corpo da Pátria

Regionalização
Com esta medida, dá-se um golpe nas comunidades locais — tradicionalmente organizadas em Municípios. É esta, de facto, a matriz mais visceralmente orgânica da nossa Nação. Portugal fez-se na aliança de Reis e Municípios.
Juntando o útil ao agradável: arranja-se mais uns ordenados para rosinhas desempregados.
Tudo isto à sorrelfa, claro!

Aborto
Já que os Portugueses insistem em ser férteis, mata-se a Coisa na barriga da Mãe e está tudo resolvido. Como há alguns que resistem... — fecham-se umas maternidades e carrega-se nos impostos sobre as Famílias.
Depois...

Imigração
Abrem-se as portas de par em par e assobia-se para os indigentes do mundo inteiro virem inundar as Terras de Portugal. Como bónus, ganham um B.I. Nacional (que é como quem diz: europeu — que é o que interessa!). E, juntando mais uma vez a fome com a vontade de comer: está assegurada a mão-de-obra escrava para as empreitadas dos patos-bravos.

Estamos assim.
Até quando?

Princípio

ÁPICE

O raio de sol da tarde
Que uma janela perdida
Reflectiu
Num instante indiferente —
Arde,
Numa lembrança esvaída,
À minha memória de hoje
Subitamente...

Seu efémero arrepio
Ziguezagueia, ondula, foge,
Pela minha retentiva...
— E não pode adivinhar
Por que mistério se me evoca
Esta ideia fugitiva,
Tão débil que mal me toca!...

— Ah, não sei porquê, mas certamente
Aquele raio cadente
Alguma coisa foi na minha sorte
Que a sua projecção atravessou...

Tanto segredo no destino de uma vida...

É como a ideia de Norte,
Preconcebida,
Que sempre me acompanhou...

MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO

terça-feira, março 28, 2006

Coisas boas da bola

Uma coisa boa que o futebol faz, nos tristes dias que fogem, é trazer para a rua gente nova, limpa e desempoeirada.
Foi bom de ver, hoje à tarde, pela Capital inteira, rasgando avenidas, grupos de rapazes e raparigas — e todas as raparigas de 18 anos são lindas debaixo do lisboeta Sol primaveril e com uma t-shirt... —, de sorrisos abertos, em brincadeiras saudáveis, de cachecóis encarnados — cor da Pátria, cor sanguínea e sensual —, viris eles, femininas elas — Graças a Deus! —, encaminhando-se para o maior estádio desportivo de Portugal.
E, agorinha mesmo, agradável foi vê-los regressar, felizes e rindo, com cumplicidades várias, depois de uma jornada de sã camaradagem e dos primeiros namoricos sazonais.
Num dia assim, Lisboa renasce, readquirindo o seu inimitável e único esplendor telúrico, aquático e luminoso — só ao alcance dos Espíritos elevados e destinados a grandes vôos e maiores conquistas.

Dois Anos de Saudade

RODRIGO EMÍLIO
18 de Fevereiro de 1944 — 28 de Março de 2004

Procura-se Novo Escol

Por mentalidade de qualquer país entende-se, sem dúvida, a mentalidade das três camadas, organicamente distintas, que a constituem a nível mental — a camada baixa, a que é uso chamar povo; a camada média a que não é uso chamar nada, excepto, neste caso por engano, burguesia; e a camada alta, que vulgarmente se designa por escol, ou, traduzindo para estrangeiro, para melhor compreensão, por "élite".
(...)
Esta divisão em camadas mentais, embora coincida em parte com a divisão em camadas sociais — económicas ou outras —, não se ajusta exactamente a essa. Muita gente das aristocracias de história e de dinheiro pertence mentalmente ao povo. Bastantes operários, sobretudo das cidades, pertencem à classe média mental. Um homem de génio ou de talento, ainda que nascido de camponeses, pertence de nascença ao escol.
FERNANDO PESSOA

segunda-feira, março 27, 2006

Conteúdo versus contentor

Rodrigo Nunes desfaz a maquillage da direitinha a que temos direito. Só lido!

Blogosfera Nacional

Para alguns, a blogosfera não convém... Pois pudera, aqui há liberdade total para se mostrar o que se vale!
E para que não restem dúvidas: aí está mais um rijo Português, para dar na cabeça do "politicamente correcto".

Tradição

Assim se mantém a Chama acesa, transmitindo os Valores.

Roda bota fora

Não será esta a hora de acolhermos os nossos regressados emigrantes com dignidade e de convidarmos os imigrantes ilegais a saírem?

domingo, março 26, 2006

Da Pátria

É adoptada, aos 26 de Março de 1933,
a Constituição do Estado Novo,
após ter sido Plebescitada aos 19 de Março,
vigorando, pois, ainda.

Da Música

Morre, aos 26 de Março de 1827, Ludwig van Beethoven.

Portugal — Sempre!

Proclamavam os futuristas que a palavra Itália devia prevalecer sobre a palavra liberdade. Os nossos passadistas entendem que a palavra democracia deve sobrepor-se à palavra Portugal.
JOÃO BIGOTTE CHORÃO

Futurismo Nacionalista

Giacomo Balla (1871 — 1958)
Viva Itália, 1915
Óleo sobre Tela, 36 x 47 cm

sábado, março 25, 2006

Relatório do 1.º Mês

Visitas:
Total — 3.035
Média diária — 94

Páginas lidas:
Total — 9.377
Média diária — 277

Posição entre os blogues portugueses
(por média diária de visitas):
N.º 255 de 1.502

Sem papas na língua

A cidade hoje já não é o que foi no meu tempo, o que é natural. Mas o pior é que mudou com tal ímpeto que tudo o que era pitoresco vai de gangão desatinado para o esquecimento com passagem pelo camartelo demolidor, e assim já de todo acabaram os carvoeiros onde se bebia o melhor vinho, por tijelas brancas vidradas, e havia quase sempre, para fazer boca, pasteis de bacalhau e uma velha a assar castanhas. Acabaram os carvoeiros substituídos por estabelecimentos de venda de carvão a retalho, revestidos de azulejo e tão penteadinhos que até a gente tem vergonha de lá entrar. Esta gente moderna, com suas higienes e posturices, substituíram as iscas e o pastel de bacalhau por bolos de arroz e brioches e o vinho por leite, não se tendo convencido nunca de que não há raça forte com semelhante alimento e a resultante foi a substituição das touradas pelo futebol e dos homens pelos maricas.
Albino Forjaz de Sampaio, Volúpia (A Nona Arte: A Gastronomia), Porto, 1940.

Delicioso

Para se avaliar do grau de civilização da nossa cozinha, basta dizer que considerando os alimentos crus, tal como os ingerem os selvagens bestiais da Polinésia, e algumas espécies de índios da América do Sul, como primeiro estádio duma escala destinada a indicar a cultura do homem, sob o ponto de vista da alimentação, nós estávamos há dois séculos já na idade dos guisados, enquanto o grosseiro inglês permanece ainda nas carnes sangrentas, reminiscência dos períodos antropófagos, e o ardiloso francês nas massas e picados, isto é, nos jantares em pílulas, cujo último resultado é nada menos que a supressão do paladar.
FIALHO D'ALMEIDA

Para Hoje — 25-III-2006 — Nos 10 Anos de Dom Afonso (VII)

LOUANGE À L'ÉTINCELLANTE TRINITÉ DE BRAGANÇA

Oh! Les charmants trois petits princes
que j'ai eu la chance...
de connaître aujourd'hui...!

Dieu merci!

"On est de leur enfance
comme on est d'un pays".

(Casa Real, em Sintra, aos oito d'Outubro de 2003)

RODRIGO EMÍLIO

sexta-feira, março 24, 2006

Falemos de problemas reais VII

Falemos de problemas reais VI

Falemos de problemas reais V

Falemos de problemas reais IV

Falemos de problemas reais III

Falemos de problemas reais II

Falemos de problemas reais I

SOS 1987

O que é que se passa com estes bravos Rapazes?

Fim do Comunismo (Europa, 1989 — Portugal, 2009)

Começando por uma ponta, vamos por partes:
1.ª — Fim do BE;
2.ª — Fim do PEV;
3.ª — Fim do PCP.

Era giro mas foi-se

Fragmentou-se um produto do marketing político. Rachou-se.

Dois Anos a Servir um Ideal

Andar a solo nestes terrenos armadilhados — há dois anos —, por vezes contra tudo e contra todos, mas com coragem e com lealdade a uma Ideia, é Obra. Vão já a correr dar os Parabéns a este Caval(h)eiro!

quinta-feira, março 23, 2006

Akira Kurosawa (23-III-1910 — 6-IX-1998)

Estamos mesmo no dia certo e à boa hora para recordarmos — de novo — O Último Samurai.

Jovens intelectuais

— Eh pá! Já não dá para irmos ao Visconti...
— Quê?... 'tás a gozar...
— 'tou nada! Sabias qu'esses italianos eram todos fachos?...
— Nã...
— Podes crer, chaval!
— Atão?...
— Sabes aqueles estúdios bué da fixes... a Cinecittà?...
— Ya.
— Foram os fachos que fizeram.
— Quê?!
— Ya, man. E o Festival de Veneza... Bué da louco...
— O quê? Também foram os fascistas?!...
— 'da-se. Foram mesmo. E aquela revista Cinema, onde escreviam todos os bacanos...
— Quais bacanos?
— Os gajos do neo-realismo... antes do neo-realismo...
— Sei. Ganda curte!
— Também era lá dos fachos.
— Quem é que te disse isso?
— A minha namorada, que estuda Cinema.
— Eh pá! A gaja é nazi!
— Na é nada. Até fui co velho dela à "Festa".
— Porra. Atão é mesmo verdade.
— Um gajo já não pode ver nada...
— Pois é.

Aeropintura Sintética

Alfredo Gauro Ambrosi (1901 — 1945)
Retrato de Benito Mussolini frente a uma vista sobre Roma, 1930
Óleo sobre Tela, 124 x 124 cm

Vazio par(a)lamentar

Extrema-esquerda — BE
Esquerda — PEV
Esquerda — PCP
Centro-esquerda — PS
Centro-esquerda — PPD-PSD
Centro — CDS-PP
Centro-direita —
Direita —
Extrema-direita —

quarta-feira, março 22, 2006

Deveres simples de um Homem de Direita

Trabalhar, Casar, ter Filhos e educá-los nos Valores Tradicionais, para que a Família e a Nação continuem Vivas.
O resto são conversas.

As coisas como elas são III

Realisticamente, com os olhos postos no Futuro. Mais uma vez, é aqui.

As coisas como elas são II

Por outro lado, também no século passado, houve Programas Políticos claros. Leiam este, por exemplo.

As coisas como elas são

A triste história do CDS, à distância de um clique.

Uns têm, outros não

Cultura — aquela atitude de espírito que se marca por uma absorção profunda de tudo o que se lê, vê, ou de qualquer outro modo experimenta.
FERNANDO PESSOA

Afinidades Electivas

Morre Goethe, em 1832.

terça-feira, março 21, 2006

Cavalheiros modernos

Não têm alfaiate. Vão ao pronto-a-vestir.
Não têm barbeiro. Vão ao cabeleireiro.
Não vão à Ópera. Vão ao centro cultural.
Não caçam. São 'amigos dos animais'.
Não fazem esgrima ou boxe. Fazem yoga ou tai-chi.
Não lêem livros. Vêem revistas.
Não bebem vinho ao almoço. "Têm de ir trabalhar".

Coisas do Céu

Morte de São Bento — 21 de Março de 543.
Nascimento de Johann Sebastian Bach — 21 de Março de 1685.

segunda-feira, março 20, 2006

Celebração

Sandro Botticelli (1445 — 1510)
A Primavera, c. 1484
Têmpera, 203 x 314 cm

Equinócio da Primavera

É logo, às 18 horas e 26 minutos. E, portanto, o dia — hoje — terá a mesma duração da noite: equi-nox. Celebremos, pois, a chegada da Primavera — fase de renascimento da Vida —, contemplando a Natureza e orando ao Arcanjo São Rafael, regente desta Estação.

Alerta bibliófilos

Inaugura hoje mais uma Feira do Livro Manuseado, na Rua Augusta, em Lisboa. Os pormenores encontram-se aqui.
Continua aberto o Salão do Livro Antigo na Bienal de Antiguidades de Lisboa, na FIL-Parque das Nações.
E, ainda não acabou a Feira do Livro de Primavera, no Mercado da Ribeira, também na Capital.

domingo, março 19, 2006

Milagre!

Nos desgraçados tempos que (es)correm — tipo lama, não dá para acreditar que exista alguém nascido em 1987 com dois dedos de testa, bom-gosto e pena certeira. Mas, .

Um livrinho fascinante

A minha aversão a andar ao sabar das vagas — ou das "ondas", como se diz agora — leva-me a ler certos livros apenas alguns anos após a sua publicação. Assim, só agora peguei em «O Mestre de Esgrima»; e — caramba! —, depois de ténis, rugby e futebol (Família oblige) — debaixo de chuva e vendaval —, sentei-me e finalmente comecei a ler o livro de Arturo Pérez-Reverte, numa magnífica tradução de Pedro Tamen. Uma verdadeira delícia!
O meu (re)encontro com a Ficção literária é cada vez mais raro. Ano após ano, é na História, nos Ensaios e nos livros de Arte, na Filosofia e na Política, nas Memórias que mergulho; a Ulissiponense e as Monografias Regionais também me prendem; por fim e por princípio — sempre a Poesia.
Mas, neste exacto momento, estou aqui estou ansioso por voltar ao meu Romance de fim-de-semana...

Casal perfeito

Falemos agora da Senhora sua Mulher: o Círculo de Leitores — em boa hora — decidiu publicar a Obra completa de Fernanda de Castro. Ficamos a aguardar. Depressa, que se faz tarde!

Haja Ferro e saúde

Por causa deste diário de bordo, precisei de ter à mão — para melhor semear... — várias passagens de António Ferro. Livro daqui, livro dali, e dou pela sua disseminação por toda a Casa: armário-livreiro destinado a Salazar, estante de Poesia Portuguesa, estante de Prosa Portuguesa — Ensaio e Ficção —, prateleira de Cinema, pastas-de-arquivo com Revistas, cantinho Futurista... — É isto bem a expressão do autor total que Ferro era. Um Homem que espalhou a sua energia criadora por várias áreas artístico-literárias — sempre ao mais alto nível estético e cultural. Há alguém parecido à vista?... Ai, quem nos dera!

19 de Março: Dia de São José — Dia do Pai

sábado, março 18, 2006

Chamamento Tradicionalista

Nas sociedades tradicionalistas são talvez os Mortos que mandam; nas sociedades democráticas, porém, é a morte que manda.
FERNANDO PESSOA

França francesa

Para acompanhar os ventos de França, nesta difícil hora de resistência à canalha instrumentalizada, leia-se um blogue nacional Francês.

sexta-feira, março 17, 2006

Chama-se Nacionalismo

Ora o verdadeiro patriotismo — cem vezes o repetiu António Sardinha — não é o amor naturalista pela terra em que nascemos, é o respeito pelas gerações que nos precederam.
LUÍS DE ALMEIDA BRAGA

quinta-feira, março 16, 2006

Adágio alfacinha

Quem não viu Lisboa, não viu coisa boa.

Adágio doutrinário

Quem saiba e pense, vence e convence.

Adágio militar

Quem tem terra, tem guerra.

Adágio tradicional

Um Deus, um Rei, uma Lei.

Adágio jurídico

Poucas leis, bom governo.

Já não era sem tempo

O nosso bom camarada e amigo Duarte regressou em forma e em força!

Boas notícias

Reportagem de guerra

Crónicas de França, por uma pena erudita e rebelde.

Mês da Saudade

Rodrigo Emílio de Alarcão Ribeiro de Mello
(18-II-1944 — 28-III-2004)

Vida e Morte

Nasce Camilo Castelo Branco, em 1825. Mergulhe-se na Camiliana.
Morrem os Cátaros de Montségur, em 1244. Releia-se Saint-Loup.

Isto está bonito...

É impressão minha ou o Estado a que temos direito anda a "chular" os Trabalhadores Independentes através de sucessivos aumentos nos Pagamentos à Segurança Social?...

quarta-feira, março 15, 2006

Fado no Feminino

Recorda-se aqui Uma Grande Senhora, que ainda tive a subida honra e o grato prazer de ouvir ao vivo.

Lugar aos Novos

Já foram ler a verdadeira Voz da Juventude?

Revolução Cultural em marcha!

O fim da sinistra ditadura kultural do sistema fica mais à vista com reforços blogosféricos deste calibre!

Pierre Drieu La Rochelle — Presente!

No dia em que se assinala mais um ano sobre o passamento de Pierre Drieu La Rochelle, aguardamos, com expectativa, por textos saídos a lume nestas duas recomendáveis casas.

Dia de São Raimundo (+ 1163)

Membro da Ordem de Cister, em França, fundou, em 1158, a Ordem de Calatrava — a mais antiga de Espanha — para defender dos mouros a povoação com o mesmo nome. Tendo alguns Cavaleiros desta Ordem entrado em Évora, em 1166, estabeleceram-se definitivamente em Portugal e vieram a dar origem à Ordem de Aviz.

Centenário de Um Herói

(1906 — 1994)

terça-feira, março 14, 2006

Portugal estéril

Noutros Tempos, nascia-se e morria-se na mesma Casa. De lá se saía para dar a volta ao Mundo, mas lá se regressava sempre. Depois, voltava-se a saír para casar, mas retornava-se com netos — muitos! — para as Festas de Família; e, a Casa ia renascendo, geração após geração.
Agora, passa-se a vida de casa em casa, quais salta-pocinhas, sem rei nem roque, nem Filhos à vista. As Casas de Família deixaram de ser referências para as Terras e para os Bairros — o Povo ficou órfão dos Senhores das Terras e os Bairros perderam as suas mais dinâmicas e ilustres personagens.
Isto não é fantasia. É — desgraçadamente! — a realidade, nua e crua, e passa-se do Minho ao Bairro Alto. Em trinta gerações de Portugueses, contam-se hoje pelos dedos as Casas que atravessaram o Século XX nas mesmas Famílias; e, sem estas âncoras, as Comunidades abriram portas à desorganização e ao caos, substituindo o alto exemplo das Famílias Tradicionais pelas novas referências exóticas, sub-urbanas e pequeno-burguesas da televisão. É o fim.

Ressurreição

Aplicou à blogosfera a velha máxima de que não há duas sem três e ainda mostrou que O Santos da Casa pode fazer milagres. O seu único limite é a linha do Horizonte.

Perigosos nazis

Olh'ò desenho!

Breve História da Sérvia, em doze parágrafos.
É de aproveitar, que não é todos dias que fala quem sabe, nestes tempos em que todos têm opinião sobre tudo sem nada saberem de coisa alguma...
À distância de um clique.

Poema para Noite de Lua Cheia

A NOITE

Céu tenebroso: um côncavo profundo
Onde as vozes se juntam e concertam
Para que em sons de sombra se convertam,
Revelando silêncios de Além-Mundo...

Anjos descem à Terra; um luar jucundo
Desponta pelas trevas que desertam;
Os mortos em seus túmulos despertam;
Os meus olhos cristãos de luz inundo!

Perdem-se em vago e sonho os horizontes;
Há um choro místico a evolar-se em prece
No outono de água múrmuro das fontes...

E, dentro de nós, (magnífico mistério!)
Deus — o adorado Espírito — esplendece...
A Noite é a anunciação do Reino Etéreo!

MÁRIO BEIRÃO

segunda-feira, março 13, 2006

Retro-style — still hot after all these years

Raquel Welch

Abertura da época balnear ou sagração da primavera

Raquel Welch

domingo, março 12, 2006

A propósito de Dom Miguel

Fado do Embuçado

Noutro tempo a fidalguia
Que deu brado nas toiradas
Frequentava a Mouraria
E em muito palácio havia
Descantes e guitarradas!

A história que vou contar
Contou-ma certa velhinha,
Uma vez que fui cantar
Ao salão dum titular
Lá pró Paço da Raínha!

E nesse salão doirado,
De ambiente nobre e sério,
Para ouvir cantar o fado
Ia sempre um embuçado,
Personagem de mistério!

Mas certa noite houve alguém
Que lhe disse, erguendo a fala:
«Embuçado, nota bem,
Hoje não fique ninguém
Embuçado nesta sala!»

Ante a admiração geral,
Descobriu-se o embuçado.
Era El-Rei de Portugal,
Houve beija-mão real
E depois... cantou-se o fado.

Letra: Gabriel de Oliveira
Música: Alcídia Rodrigues
(Para ouvir, de preferência,
interpretado por João Ferreira-Rosa)

Um Português de Corpo e Alma

El-Rei Dom Miguel I

Fascistas para o Campo Pequeno

Não temos nada capaz de dar a um rapaz um bocado de fibra. Temos só a tourada... Tirem a tourada, e não ficam senão badamecos derreados da espinha...
EÇA DE QUEIROZ

Alexandre Herculano, em questão de touros, era um português degenerado. Nunca viu uma tourada.
BULHÃO PATO

Deixem-se os «estrangeirantes» de tentar obscurecer a Toirada Portuguesa e defendamos nós, correndo «atrás do toiro», uma herança milenária e transmitamos aos nossos filhos o gosto por quanto nossos Avós nos legaram.
MASCARENHAS BARRETO

sábado, março 11, 2006

Altos Exemplos

Agora, que ando aqui, em casa própria, há duas semanitas, tenho a verdadeira percepção do alcance do heróico combate cultural que estes três criadores têm levado a cabo ao longo de quase três anos. É obra!

Ligações a sítios

Os sítios aqui alinhados alfabeticamente são portais ou páginas de lugares institucionais que defendem e divulgam os nossos Valores.

Ligações a blogues

Os blogues que aqui estão perfilados na coluna da direita correspondem às minhas leituras. Uns, são lidos todos os dias; outros, são lidos dia-sim-dia-não; alguns, só semanalmente; outros ainda, de vez em quando. Mas, são todos lidos. Não estão aqui por serem primos, vizinhos, amigos, camaradas, giras ou porreiraços. Estão aqui porque os leio. No dia em que deixar de ler algum... — salta fora! O critério de ordenação só pode ser o da ordem alfabética da primera letra. Entre iguais é assim. Entre blogues assim é. Poderia haver gavetas e prateleiras, caixas e caixinhas — tipo: católicos, nacionalistas, monárquicos; política, cultura, artes; individuais, duplas, colectivos; ou, designações a armar ao original e engraçadinho. Mas, não. Para poluição visual já basta o lixo cultural produzido por esta miserável sociedade de consumo e pelo decadente sistema dito democrático. Sejamos, pois, sóbrios e claros. Trata-se de higiene mental.

Modernismo e Nacionalismo em António Ferro

1.º — MODERNISMO, glorificação e assunção da Hora, consciência aguda do fluir temporal e da necessidade de abandono das fórmulas mortas. É no presente que vivemos, mas voltados ao futuro. Um modernista, mas um modernista futurista.

2.º — NACIONALISMO, encontrado logo a seguir, em evolução paralela à que pode observar-se em Fernando Pessoa ou Almada Negreiros. A modernidade não destrói a noção de que, se o homem vive no seu tempo, também vive no seu espaço. Todavia, o que é temporal é a forma e a fórmula, é a epiderme e a superfície. Há linhas indestrutíveis, como a de uma tradição nacional. Assim, a mesma linha espiritual une manifestações tão diversas no tempo como o Auto da Índia de Gil Vicente, Os Lusíadas de Camões, os sermões do Padre António Vieira sobre o Quinto Império, a Pátria de Junqueiro e a Mensagem de Pessoa.
O futurismo em Portugal é uma modalidade do nosso tradicional messianismo. Assim foi para Fernando Pessoa e assim foi para António Ferro. Modernidade é neles actualização, porque procuram conjugar o espírito da Pátria com os novos condicionalismos da vida moderna. É uma exigência de movimento, cujo processo está bem patente na Ode Marítima.

ANTÓNIO QUADROS

Ponto Positivo

Temos a confirmação que este Presidente é o primeiro civil Chefe de Estado da III República a ter cumprido o Serviço Militar. Para ler nesta excelente sítio.

sexta-feira, março 10, 2006

Mulheres e Livros — mote para tertúlia

Ao cuidado dos confrades

Mundo! Qual Mundo?

Exposição do Mundo Português (1941)
Um Filme de António Lopes Ribeiro

Tomada de Posse Anti-Anémica!

Antónios que Fazem Falta!

Retratos Intemporais

Bernardo Marques (1899 — 1962)
A Dama

No Tempo em que os Artistas retratavam Mulheres

António Soares (1894 — 1978)
Natasha

Revistas Intemporais

No Tempo das Revistas

quinta-feira, março 09, 2006

Agora já não há desculpas

Quem tem pernas para andar, dá três passos e abre um blogue. Quem tem dois dedos de testa, actualiza-o todos os dias. Com Ideias, Imagens, a sério, a brincar — o que fôr; mas, que seja!
Aqui, não vigora a sinistra ditadura cultural do sistema. Cada um pode mostrar o que vale. Coisa terrível esta, pois não há lugar a vitimização... Cada um pode escolher o seu caminho: combater mano-a-mano, ou fazer frente para batalhas maiores, ou, simplesmente, dizer de sua justiça.
A liberdade é total — cada um escreve à sua maneira e publica o que quer quando lhe apetece. A luta é igual, mas não é entre iguais. Felizmente. Assim, os melhores podem triunfar. Os critérios são os da criatividade, do bom-gosto, do sentido de humor — enfim, de tudo o que há de elevado e que serve para estabelecer a verdadeira Hierarquia.
E não se trata de ter mais ou menos leitores. Trata-se, objectivamente, de se ser melhor. Trazer — através deste novo meio — novas Ideias e novas Imagens: uma Ética e uma Estética para o Século XXI. As Nações alimentam-se de Ideias e procuram um Sentido para fazer as suas Revoluções. Saibamos nós fornecer a Portugal um Sentido para o III Milénio!
Agora, já não há desculpas. Está na hora de descalçar os sapatos-de-quarto e calçar as botas de Montanha — puxar pela cabeça e subir; pois a descer já andamos há trinta anos...
A blogosfera é o palco indicado para os combates culturais dos nossos dias. O Futuro pertence a quem aqui vencer.

Princípios

A ideia de Raça entre nós é em Frei Bernardo de Brito que aparece pela primeira vez. A concepção jurídica de um todo uno, idêntico na composição e no destino, já se definira, no entanto, com D. João II. É o conceito político de Grei que, nascido da sociologia tomista por derivação do «De regimine principum», se alenta soberanamente nessa admirável hora de Quatrocentos em que o coração da Nacionalidade bate sereno e regular.
ANTÓNIO SARDINHA

Fala quem sabe

Abolição total do conceito de Democracia, conforme a revolução francesa, pelo qual dois homens correm mais que um homem só, o que é falso, porque um homem que vale por dois é que corre mais que um homem só!
FERNANDO PESSOA

Ressurreição

Eu acredito fervorosamente nos destinos da nossa Raça. Um País que — mais do que fronteiras de montanhas ou rios — criou uma História, uma Língua, uma Arte independente, não pode morrer. Pode ainda a nacionalidade ter um período de obscurantismo abismador... Façam-lhe ainda pior do que lhe têm feito; a Raça não sucumbirá — e a Nação há-de ressurgir do próprio sangue, das próprias lágrimas do seu calvário.
ANTÓNIO CORRÊA D'OLIVEIRA

quarta-feira, março 08, 2006

Missão cumprida

Mote para Novas Aventuras

amantes furiosos

raça eterna
almas ardentes
suplício feroz
amor e ódio
morte honrosa
sacra nobreza
cruel inocência
chama de triunfo
paixões violentas
amantes furiosos
fiéis ao romance
cruzaremos rotas sem fim

Letra — Pedro Ayres Magalhães, Carlos Maria Trindade, Paulo Borges
Música — Heróis do Mar

Dia de São João de Deus (1495 — 8-III-1550)

SÃO JOÃO DE DEUS


Ele nasceu nesta planície imensa,
Que Deus tocou de graça merencória:
Desde esse instante — como recompensa —
A terra abre-se em luz, abrasa em Glória!

Deus lhe marcou, sorrindo, alto destino:
Ser santo... ser herói... e sobre-humano
Poder... excelsa afirmação... divino
Penhor da fé do Povo Alentejano!

Oh! Montemor, aos claros céus erguida,
Como oração... — suspenso belveder —
Foste madre de tão preciosa vida:
Ficaste para sempre a esplandecer!


MARIA DE SANTA ISABEL
(Maria Palmira Osório de Castro
de Sande de Vasconcelos Alcaide)

terça-feira, março 07, 2006

Ó diabo!

Mais um que demorou trinta anos a perceber; e, ainda por cima, é inteligente.
Transcrição respigada d'«O Diabo», que para o engenheiro capitalista e sus muchachos bloqueados não vai nada:

«Os mestres do "correcto" vigiam, como nunca vigiaram os coronéis de Salazar» (...)
«Acreditam que nunca voltei a sentir o espaço e a liberdade desse tempo?»
VASCO PULIDO VALENTE, no «Público»

É só rir!

Certa direit(inh)a descobriu agora — cinquenta anos depois — que a sinistra tomou conta da Arte; e, propõe-se reagir: na TV e a cores. É um fartote!

Távola Redonda

Afonso Henriques
Egas Moniz
Mem Ramires
Martim Moniz
Geraldo Geraldes
Gonçalo da Maia
Fernão Gonçalves
Fuas Roupinho
Gualdim Paes
Paio Mendes
Paio Guterres
Lourenço de Abreu

Datas marcantes

Morre, em 1274, São Tomaz de Aquino.

Primeiras letras: DD

Danielle Darrieux

segunda-feira, março 06, 2006

Primeiras letras: CC

Claudia Cardinale

Primeiras letras: BB

Brigitte Bardot

Primeiras letras: AA

Anouk Aymée

Acção

Eu não tenho culpa nenhuma de ser português, mas sinto a força para não ter, como vós outros, a cobardia de deixar apodrecer a pátria.
JOSÉ DE ALMADA-NEGREIROS

Pensamento

Entrei numa livraria. Puz-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam, não duro nem para metade da livraria.
Deve certamente haver outras maneiras de se salvar uma pessoa, senão estou perdido.
No entanto, as pessoas que entravam na livraria estavam todas muito bem vestidas de quem precisa salvar-se.
JOSÉ DE ALMADA-NEGREIROS

Renascimento das Belas-Artes

Michelangiolo Buonarroti
(6-III-1475 — 18-II-1564)
Pietà, 1499
Mármore, 174 x 195 cm
San Pietro, Vaticano

domingo, março 05, 2006

Quando os oscars premiavam a Arte

SUNRISE (1927)
Um Fime de Friedrich-Wilhelm Murnau

Quando os cowboys gostavam de mulheres

Once Upon a Time in the West (1968)
Um Filme de Sergio Leone

Anti-Comunismo

Autocolante, 1981
(Para informações históricas,
consultar O Engenheiro e o VL)

Teoria da Indiferença

Nunca me perguntem o que eu penso. O que eu penso é para mim; para os outros é, apenas, o que eu digo...
ANTÓNIO FERRO

Corpo e Alma

Não sei que poeta prefiro. Gosto de todas as mulheres desde que tenham Corpo... Gosto de todos os poetas desde que tenham Alma... A alma é o corpo dos poetas. O corpo é a a alma das mulheres.
ANTÓNIO FERRO

sábado, março 04, 2006

Cinquenta Anos de Saudades do Futuro!

António Ferro
(1895 — 1956)

Sete Antónios Poetas

Para um fim-de-semana de aguaceiros:
— António Barahona;
— António Botto;
— António Ferro;
— António Gedeão;
— António Manuel Couto Viana;
— António Nobre;
— António Sardinha.

Sabe quem sabe

Eu bem me parecia e dizia que Estes Senhores teriam vastos conhecimentos sobre este assunto. Façam o favor de espreitar...

Talent de Bien Faire

Nasce Infante Dom Henrique, em 1394.

Agenda Musical

(Ao cuidado destes senhores)
Nasce Vivaldi, em 1678.

Bem-Hajam Todos!

Relatório da 1.ª Semana

Visitas:
Total — 897
Média por dia — 123

Páginas vistas:
Total — 2.857
Média por dia — 387

Comentários:
Total — 62

Posição entre os blogs portugueses
(por média diária):
N.º 186 em 1.453

Viva a Música!

Música — para ouvir, recordando ou descobrindo, com um nó na garganta ou a corda no pescoço, com o braço ao alto ou de braço dado, todo arrepiado ou só encantado —: é aqui!

sexta-feira, março 03, 2006

Chuvada de livros

Foi este Vosso servo, acompanhado pelo veterano BOS, à já aqui anunciada Feira do Livro do Mercado da Ribeira. Os livros estavam ao preço da chuva; e, ocultados por literatura cor-de-rosa, descobrimos títulos — em primeiras edições! — há muito arredados da vista do mais feroz bibliófilo... — Foi um fartote! Para abreviar, direi apenas que o ilustre autor do Nova Frente e este aprendiz de escriba de lá saíram carregados com quatro sacos cada, correspondentes a trinta volumes por cabeça...! À saída, a Natureza vingou-se — de tanta fartura — e apanhámos uma carga de água pela cachimónia abaixo como nem o rijo Homem do Norte alguma vez tinha visto. Fim-de-semana ganho!

«Cadavre-exquis» avant la lettre

Os latidos
I
Quem muito ladra, pouco aprende.
Antero de Quental
II
Escritor que ladra não morde.
Oliveira Martins
III
Dentada de crítico cura-se com pêlo do mesmo crítico.
Ramalho Ortigão
IV
Cão lírico ladra à lua; cão filósofo aboca o melhor osso.
Eça de Queiroz
V
Cão de letras — cachorro!
Guerra Junqueiro
Envoi
São cinco cães, sentinelas
De bronze e papel almaço;
De bronze para as canelas,
De papel para o regaço.
(assinado) A matilha
(Escrito, num leque de cetim cor de ouro ornado de uma aguarela representando um grupo de cinco cães, da seguinte forma: por cima dos cães, este dístico — Os autores; do lado oposto, a rubrica e o texto transcrito)

Um País complicado ou talvez não

Ao terceiro dia de estada em Portugal, diz a Velha Senhora inglesa à sua anfitriã portuguesa:
«— Que País tão estranho. Tu és a "senhora dona" Maria, a tua filha é a "senhora doutora" Maria, a mulher da loja é a "dona" Maria, a costureira é a "senhora" Maria e a criada é Maria.»
Resposta da sábia Velha Senhora portuguesa:
«— Deixa estar assim que está muito bem. Não vês que somos Marias mas não somos todas iguais e temos de nos distinguir de alguma maneira...»

Mulheres que trabalham

Leni Riefenstahl
nas filmagens de
OLYMPIA (1938)

Quando o Cinema Alemão era Arte

DAS BLAUE LICHT (1932)
Um Filme de Leni Riefenstahl

Quando o Cinema Português era Arte

MARIA DO MAR (1930)
Um Filme de Leitão de Barros

Para acabar de vez com o lixo televisivo

BOCAGE (1936)
Um Filme de Leitão de Barros

Revivalismos

Nas minhas novas andanças blogosféricas, dei de caras com uma onda revivalista no que diz respeito a antigos programas de televisão. Séries que passaram mais ou menos despercebidas, pois tinham apenas um target infanto-juvenil, foram, subitamente, elevadas à categoria de objectos de culto.
O mais curioso é que encontramos pessoas nas caixas-de-comentários a trocar opiniões — em tom nostálgico — sobre programas que teriam visto ao mesmo tempo (e sabe-se, psicologicamente, como a fruição de produtos culturais em grupo gera dinâmicas emocionais fortes), mas, na verdade, a convergência é pouco mais do que surrealista, na maior parte dos casos, pois as séries em causa têm sido repostas ao longo dos anos (a RTP existe desde 1957...), e, aquele momento, que parece único a muitos, foi repetido década após década — a preto e branco e a cores —, como no caso do «Bonanza»...
Assim, o dia em que me apaixonei pela Marion, dos «Pequenos Vagabundos», pode não ter sido sequer no mesmo ano em que aquele desconhecido confrade blogosférico padeceu do mesmo mal — por ser de geração muito diferente da minha...!

quinta-feira, março 02, 2006

Ao José Pinto-Coelho

IDENTIDADE

Para Campos e Sousa

O que diz pátria mas não diz glória,
Com um silêncio de cobardia,
E ardendo em chamas chamou vitória
Ao medo e à morte daquele dia;

A esse eu quero negar-lhe a mão;
Negar-lhe o sangue da minha voz
Que foi ferida pela traição
E teve o nome de todos nós.

...................................................................

O que diz pátria, sem ter vergonha,
E faz a guerra pela verdade,
Que ama o futuro, constrói e sonha
Pão e poesia para a cidade;

A esse eu quero chamar irmão,
Sentir-lhe o ombro junto do meu,
Ir a caminho de um coração
Que foi de todos e se perdeu.

ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA

Aos meus Filhos

Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada.
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

FERNANDO PESSOA

quarta-feira, março 01, 2006

Frases indeléveis

No meu footing pós-prandial, o louco do bairro (todos têm o seu) interpelou-me e disse-me: «— Não me arranja alegria?».

Livros ao preço da chuva

Tomei conhecimento, através do utilíssimo Olissipo, que a Feira do Livro da Primavera, no Mercado da Ribeira, estará aberta de 2 de Março a 2 de Abril, das 10 às 21 horas. Vêmo-nos por lá.

Há dias assim

Morrem:
— Sócrates, Atenas, 399 A. C.
— Camilo Pessanha, Macau, 1926.
— Vergílio Ferreira, 1996.
Nascem:
— São João de Brito, Lisboa, 1647.
— Chopin, Varsóvia, 1810.
— Álvaro Ribeiro, Porto, 1905.

Nota: Postal corrigido e aumentado aos 2 de Março.