E agora?...
É costume esquecer que os futuristas são contemporâneos dos integralistas e dos rapazes do CADC, de quem já nos ocuparemos adiante: em Fevereiro de 1912 aparece em Coimbra o «Imparcial» dos jovens católicos, em Abril de 1914 é a «Nação Portuguesa» dos integralistas que inicia a sua marcha, em Abril de 1915 surge o «Orpheu»; António Sardinha nasce em 1887, Fernando Pessoa em 1888, Oliveira Salazar em 1889. Quer dizer que se processam simultaneamente essas três reacções nacionais — a que havia de seguir-se, na década imediatamente posterior, a dos «seareiros» — , uma de tipo sobretudo estético, outra de carácter principalmente político e uma terceira de índole essencialmente religiosa, contra a decadência, o estrangeirismo, e a fragmentação partidária que o liberalismo instalara entre nós, processaram-se ao mesmo tempo e fatalmente se influenciaram e interpenetraram (Pessoa colabora no «Eh Real!» do integralista João do Amaral, Sardinha colabora na «Contemporânea» do futurista José Pacheco, Salazar vem a encontrar apoios fundamentais no integralista Manuel Múrias e no futurista António Ferro...).
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