segunda-feira, outubro 02, 2006

Da Pátria e do Belo

Para os países em crise, a arte, que enobrece a tradição, constitui a consolação dos piores males, e a esperança de dias melhores. À sua influição divina, devem eles ir buscar forças novas, a têmpera da fé e da alegria criadora. E para os países prósperos, a arte é a coroaçã0 da sua fortuna, e o único fim a que deve aspirar todo o progresso económico. É justo que se pretenda ser rico, — mas com um fito apenas: — o de poder prestar melhor culto à Beleza. E tão bela coroação é essa, que eu desejo concluir com as palavras do velho pintor veneziano Tintoretto, a quem um doge orgulhoso enaltecia o poderio da República de Veneza, que possuía o império do mar. — Tintoretto respondeu-lhe, que, com a arte, sempre se faz o mar maior!
Afonso Lopes Vieira