«Fradiquismo» — eterna doença da elite nacional?...
Pensador verdadeiramente pessoal e forte, Fradique Mendes não deixa um obra. Por indiferença, por indolência, este homem foi o dissipador de uma enorme riqueza intelectual. Do bloco de ouro onde poderia ter talhado um monumento imperecível — tirou ele durante anos curtas lascas, migalhas, que espalhou às mãos cheias, conversando, pelos salões e pelos clubes de Paris. Todo esse pó de ouro se perdeu no pó comum. E sobre a sepultura de Fradique, como sobre a do grego desconhecido de que canta a Antologia, se poderia escrever: — «Aqui jaz o ruído do vento que passou derramando perfume, calor e sementes em vão...»
Eça de Queiroz
Eça de Queiroz
2 Comments:
Doença, talvez, mas, sem dúvida, motivo de atracção inelutável.
Ab.
Eterna e inescapável doença de qualquer elite em sociedades de burocratas e politiquetes.
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